Não é fácil convencer alguém sobre esse tema. Por isso, os irmãos de sua igreja estão com dificuldades. Primeiro, porque as artes marciais são vistas como uma coisa comum. Que mal existe em algo tão popular, se algumas dessas lutas são adotadas como esportes olímpicos? Também há benefícios como autocontrole, autoconfiança, defesa pessoal, dentre outros. O argumento lógico passa a ser: se esse tipo de esporte promove benefícios, então é saudável. Antes de qualquer avaliação, você precisa entender o que está por trás das coisas. Por isso, quero focalizar dois pontos, esperando que isso o ajude a tomar uma decisão adequada.
1. A filosofia oriental e a Nova Era estão por trás do conceito das artes marciais. Se você estudar a origem do Kung Fu, verá que ele era praticado em mosteiros, por monges budistas. O Taekwondo, o que mais se difundiu em todo o mundo, exige intensa disciplina mental. O Tai Chi era muito apreciado pelo monge Chang San-Feng, fundador de um mosteiro para a prática do Taoísmo. Ele trabalhava exaustivamente a harmonia entre o yin e o yang, para melhorar o desenvolvimento entre a mente e o corpo. O povo chinês foi o que mais desenvolveu as artes marciais, relacionando-as com conhecimentos místicos e filosóficos. Ao ler impressos ou visitar sites sobre o assunto, você depara com promoções e ofertas do tipo: “energize-se”, “aprofunde sua vida espiritual”, além da oferta paralela de cursos de Yoga e outras atividades do gênero. As roupas, os gestos, a linguagem, os mestres, os conceitos – tudo está ligado às filosofias orientais e à Nova Era, propondo uma vida holística. Os mestres reverenciados pelo movimento são, entre outros, Lao Tsé, Buda e Confúcio.
Isso já explica tudo. A proposta central de toda filosofia oriental e dos conceitos da Nova Era, é colocar o homem como o centro de tudo, canalizando positivamente sua energia interior e seu mundo interior. A Bíblia, no entanto, ensina que não somos deuses, mas que dependemos de Deus. A idéia de que poderíamos nos tornar como Deus foi o primeiro engano apresentado pela serpente, no Jardim do Éden (Gên. 3:5). Portanto, existe um choque muito forte entre os princípios que movem as artes marciais e as orientações que Deus dá por meio da Bíblia. Por mais que você não se envolva filosoficamente, é conduzido e envolvido inconscientemente.
2. A “defesa pessoal” é a base do aprendizado de qualquer dos gêneros de luta das artes marciais. O Kung Fu é uma luta que, em sua origem, tinha o objetivo de ajudar as pessoas a defender-se de animais ferozes e outros inimigos. O Judô tem por objetivo derrubar ou imobilizar o adversário. O Taekwondo usa muito as pernas. Já os braços são explorados de maneira semelhante ao pugilismo. O problema é que qualquer uma dessas lutas de autodefesa se torna uma arma. Num momento de cabeça quente, tensão, ameaça ou agressão, a luta extrapola, causando estragos irreparáveis. É assim com a maioria das pessoas que compram uma arma de fogo, para ter em casa ou no carro, para se defender. Ela não está lá para agredir ou ameaçar, mas você sabe quantos estragos pode causar. Por mais que essas lutas ensinam autocontrole e domínio próprio, você não pode esquecer que as emoções e impulsos humanos não são dignos de confiança. Além disso, vivemos em um mundo de pecado, onde o tentador faz tudo o que é possível para que você use sua “arma” para o mal, especialmente quando sabe que você quer ser fiel a Deus. Vamos avaliar um pouco mais. Quando você aprende técnicas de defesa pessoal, está buscando se defender de quê ou de quem? Contra quais inimigos nós lutamos hoje?
Existem, basicamente, duas batalhas: a espiritual e a social. A maior é a espiritual, contra os principados e potestades, contra o poder do mal (Efés. 6:12). Para essa batalha é preciso buscar defesas na Bíblia, na oração, na fé.A outra batalha é contra a violência social. As pessoas vivem em condomínios, atrás de casas com muros altos, andam em carros blindados e compram armas para se defender.
Nessas circunstâncias, porém, a orientação dos especialistas é: “Não reaja”. Como cristãos, não buscamos a paz ou a defesa através da violência. A orientação da Bíblia é outra. Nossa defesa é a fé no poder de Deus. É Ele quem nos protege e salva. Em todo o tempo, quando esteve na Terra, Jesus condenou toda atitude violenta. Pedro cortou a orelha do servo do sumo sacerdote (João 18:10) e foi duramente repreendido.
Os ensinamentos de Jesus são claros: “Mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra.” Mat. 5:39. Isso não quer dizer que devemos sair por aí apanhando de qualquer pessoa. Jesus queria dizer: “Não revide.” A violência sempre gera violência. Esse é um terreno perigoso, no qual o jovem adventista não deve envolver-se. Seja fiel e prudente, pondo de lado seu gosto pessoal. Não se deixe envolver a ponto de não mais conseguir sair dessa prática. Deus é capaz de lhe dar forças e orientação para buscar outras opções que sejam saudáveis.
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